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Foto do escritora palavra solta

Unidos do "Não sei mais quem sou"

por Kya Mesquita



Escorpião é o oitavo arquétipo zodiacal, cabreiro e sinistro. No 11º mês do ano, nos conectamos com a consciência cortante desse mito e é de resistência que estamos falando.

Após sairmos de um curto período de preocupações éticas e morais [Outubro] finalmente chegamos ao momento de admitir que um dos pratos da balança precisa quebrar. Depois de admitir a queda, é inevitável buscar novas formas para habitar no mundo e nas relações. Um signo de guerreiras que resistem à desistência.

"Morro, nasço, morro nasço.

As marcas que deixei em você, já

nem são mais minhas.

Os rastros que deixo pelo caminho,

me envergonham, por um dia

tê-los chamado de meus"

Quando não conseguimos mais habitar nas roupas e nas virtudes que nos sustentavam antes, o que sentimos? Somos impostores?


Jean Jullien, Ilustração, Brightside, disponível em: www.brightside.me/article/20-delightfully-sarcastic-illustrations-everyone-will-see-themselves-in-54155/


Por mais única e boa que seja a nossa condição atual, nossas roupas e virtudes sempre podem mudar, só depende de quantas sombras nos acompanham nesses papéis. Explicando melhor, isso depende do nível de identificação que temos com esses impulsos, chamados 'sombras,' que aparecem vez ou outra na nossa persona e dia a dia.

A marca do eixo Touro-Escorpião é o entendimento sobre apegos e sofrimentos. Portanto, será necessário vivermos uma crise assumida das expectativas, dos apegos e das facilidades em quais antes nos acomodamos. Crise essa que não tem como objetivo instalar o caos, mas sim, mostrar que ele sempre esteve ali, contido, pronto para ser analisado e usado para reajustar a realidade, como deve ser.

Vênus em Libra, deusa da razão, auxilia o processo escorpiônico a ter mais troca, como ver nas pessoas queridas um espelho que harmoniza o caos pessoal. O reconhecimento da dor e transformação compartilhada, a marca, a tatuagem, a resistência que brota quando se está junto de quem compreende e dialoga. Criar juntos uma nova habitação.



Além de carregar em grande parte do mês a energia desse signo – Escorpião – Novembro traz outros movimentos como o fim da retrogradação de Mercúrio e de Marte, isso traduz o por quê pode ficar mais facil nesse mês eliminar as confusões que estavam limitando o progresso de defesa das lutas individuais e coletivas.

A retomada de Mercúrio, a partir do dia 3, é como uma caída de ficha. Sobre compreensões e perguntas que estávamos fazendo pro mais fundo buraco de minhoca das nossas mentes, e que agora podem ser respondidas ou simplesmente compartilhadas. Coloca as noias pra fora.

Júpiter e Plutão se unem pela terceira e última vez no dia 12, poucos dias antes do primeiro turno das eleições municipais. Sobre a união dos dois, no meio de uma pandemia mundial, só dá pra falar em prosperidade e transformação se falarmos de vacina, de boas negociações e legislações que impulsionam essas mudanças para a população. Também ja expliquei em outras colunas, a razão desse trânsito (Júpiter, Saturno e Plutão) se relacionar com o debate sobre grandes fortunas, os ‘grandes’ do mundo capitalista e os resultados disso na Terra.

Capricórnio é o corpo político, a condição do ‘tempo’ e do convívio social, precisamos nos entender como corpo político e isso ja ficou mais que explícito. Esse aspecto pode até traduzir uma volta de circulação material e produtiva, assim como investimentos bem sucedidos a longo prazo, mas como afirmar isso? Se no começo do ano quando esse aspecto aconteceu pela primeira e segunda vez, chegamos aos maiores picos de contaminação pelo Covid-19 no mundo...

Agora falando sobre a andança de Marte, a partir do dia 14 ele sai do movimento retrógrado que começou em Setembro. Passando a traduzir uma ansiedade pela resolução das coisas que antes não estavam cativando tanta ação, disposição e energia assim.

Logo depois que ele fica direto, parece que toda essa capacidade que estava sendo mal direcionada, de impulsionar e defender os nossos ciclos de sobrevivência, passa a fluir mais depressa.

Entretanto, lembrem-se de que não tem como esse lado ser positivo para todos, pessoas mal intencionadas também esperam por um momento de mais coragem e impulsividade para atacar. Vide o atual presidente laranja dos EUA, que tem Marte no Ascendente de seu Mapa de Nascimento.




Jean Jullien, Ilustração, Brightside, disponível em: www.brightside.me/article/20-delightfully-sarcastic-illustrations-everyone-will-see-themselves-in-54155/


Falando nisso e nele, no final do mês, após a entrada do Sol em Sagitário (dia 21) começa a segunda temporada de Eclipses de 2020. A primeira começou em 5 de Junho de 2020, enquanto o Sol passava por Gêmeos e as manifestações pelas ruas. Céu esse de Junho, parecido com o do nascimento de Donald Trump, que também nasceu numa temporada de Eclipses, com o Sol e Nodo Norte em Gêmeos, Lua e Nodo Sul em Sagitário.

Acontece que, no dia 30 de Novembro, após um Eclipse Lunar teremos novamente esse auge de influências decisivas nos signos de Gêmeos e Sagitário. Um período para ressaltar o conhecimento, a troca, a negociação e principalmente, a ética (ou a falta dela). O termo Eclipse vem do grego "Ekleipo", que significa 'abandonar' ou 'deixar para trás', numa compreensão mais direta. Quantos esforços, palavras e movimentos precisam ser expostos para evitar que seja mais uma temporada sombria?

Música para o mês astrológico: "Febre do Rato" do Escorpiano, Marcelo D2

Desejo que seja tempo de alternativas divergentes das atuais, pois, assim como eu, sei que ninguém aguenta mais retrocesso, principalmente quando o retrocesso tem como maior artimanha a comunicação.

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